Por que Escócia vai exigir 'termo de compromisso' para quem quiser ter cães

Crédito, Getty Images
- Author, Phil Sim
- Role, Repórter de Política da BBC Escócia
Um novo termo de compromisso para a adoção ou compra de cães deverá ser assinado pelos tutores na Escócia, de acordo com uma nova lei aprovada pelo Parlamento local.
O Projeto de Lei do Bem-Estar dos Cães visa promover a tutela responsável, garantindo que as pessoas entendam o compromisso exigido antes de assumirem um animal de estimação.
Dentro de 12 meses, o governo precisará elaborar o termo, que é na verdade uma lista de questões que os donos devem considerar antes de pegar um cachorro. Os itens do 'checklist' incluem perguntas sobre o tempo, o espaço e o dinheiro necessários para criar o animal de estimação.
Após preenchido, o termo será transformado em um certificado, a ser assinado pelo novo tutor e pela pessoa de quem ele está adquirindo o cão (o criador ou ONG de adoção, por exemplo). A ideia é que ambos os lados estejam cientes do compromisso envolvido.
As novas regras serão implementadas após a aprovação do projeto de lei proposto pela parlamentar Christine Grahame, do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês), que vem pressionando por mudanças há mais de sete anos.
Grahame apresentou pela primeira vez um projeto de lei sobre bem-estar de cães em 2018, mas o viu ser deixado para trás no final de um mandato parlamentar reduzido pela pandemia de covid-19.

A inspiração para o projeto veio do abrigo de cães e gatos de Edimburgo, onde Grahame é uma presença regular — ela tem até seu nome eternizado na parede.
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Atualmente, a instalação está lotada após um aumento "preocupante" no número de cães encontrados na rua.
Uma delas é Susan, uma mistura das raças Labrador e Staffordshire Bull Terrier de 4 anos. Ela é uma cadela amigável que claramente recebeu algum adestramento — ela sabe se sentar e oferecer uma pata em troca de petiscos — mas que chegou ao abrigo como cão de rua em outubro, provavelmente após ser abandonada.
A diretora-executiva do local, Lindsay Fyffe-Jardine, diz que muitos dos cães acabam sendo levados ao abrigo após serem deixados por donos que viram suas circunstâncias de moradia ou financeira mudar.
Mas ela afirma que também há um problema com adoções ou compras de cães feitas por impulso.
"Em alguns lugares, é tão fácil comprar um cachorro quanto ir ao supermercado comprar pão", diz. "Mas a realidade é que nem todos param e pensam 'Posso comprar esse cachorro? Posso encaixá-lo na minha vida"Kim Jong-un em frente a uma bandeira da República Popular Democrática da Coreia " loading="lazy" width="867" height="488" style="aspect-ratio:867 / 488" class="bbc-139onq"/>