'Round 6', da Netflix: 'Perdi nove dentes filmando a série'

Crédito, Netflix
- Author, Jean Mackenzie
- Role, Correspondente da BBC News em Seul
Quando pergunto ao criador do drama sul-coreano de sucesso Round 6 sobre relatos de que ele estava tão estressado durante as filmagens da primeira temporada que perdeu seis dentes, ele rapidamente me corrige.
"Foram oito ou nove", ele ri.
Hwang Dong-hyuk está conversando comigo no set de filmagem enquanto grava a segunda temporada do seu thriller distópico da Netflix, em que centenas de competidores endividados disputam um enorme prêmio em dinheiro, jogando uma série de jogos infantis de vida ou morte.
A segunda temporada tem estreia mundial nesta quinta-feira, 26 de dezembro.
Mas outra temporada da série nem sempre esteve em seus planos. Em um determinado momento, ele chegou a jurar que não haveria.
Dado o estresse que causou a ele, pergunto o que o fez mudar de ideia.
"Dinheiro", ele responde, sem hesitar.
Agora você pode receber as notícias da BBC News Brasil no seu celular
Clique para se inscrever
Fim do Whatsapp
"Mesmo que a primeira temporada tenha sido um grande sucesso global, eu sinceramente não ganhei muito (dinheiro)", ele me conta.
"Então, fazer a segunda temporada vai me ajudar a compensar o sucesso da primeira também."
"E eu não terminei a história completamente", ele acrescenta.
A primeira temporada foi a série de maior sucesso da Netflix até o momento de publicação desta reportagem, colocando a Coreia do Sul e seus dramas televisivos nacionais em evidência. Sua análise sombria sobre a desigualdade social tocou o público no mundo todo.
Mas, depois de matar quase todos os personagens, Hwang teve que começar do zero, com um novo elenco e uma nova série de jogos. E, desta vez, as expectativas do público são altíssimas.
"O estresse que sinto agora é muito maior", diz ele.
Três anos depois do lançamento da primeira temporada, Hwang está ainda mais pessimista em relação à situação do mundo.
Ele menciona as guerras atuais, as mudanças climáticas e o aumento da desigualdade econômica global. Segundo ele, os conflitos não estão mais s entre ricos e pobres, eles estão ocorrendo intensamente entre diferentes gerações, gêneros e campos políticos.
"Novos limites estão sendo demarcados. Estamos em uma era de nós contra eles. Quem está certo e quem está errado");