'Me ofereceram sexo como favor por causa da minha deficiência'

Uma mulher está olhando para a câmera. Ela usa óculos de armação preta e batom rosa claro. Seu cabelo castanho está solto e emoldura seu rosto, com duas mechas loiras na frente. Ela veste uma camiseta verde cáqui e, ao fundo, há fotografias emolduradas. Elas estão ligeiramente desfocadas, pois o foco da câmera está na mulher.

Crédito, BBC News

Legenda da foto, Holly acredita que os relacionamentos positivos das pessoas com deficiência precisam ser apresentados para o público
  • Author, Gemma Dunstan
  • Role, BBC News

Holly Greader tinha apenas 16 anos quando alguém perguntou se ela poderia fazer sexo devido à sua deficiência.

Ela ouviu muitas perguntas parecidas ao longo dos anos – se "poderia fazer sexo violento", por exemplo, ou se precisaria ser em uma cadeira de rodas.

"As pessoas acham que estão fazendo um favor, quase um sacrifício", ela conta. "O pior é que não fico mais surpresa, nem ofendida."

Hoje com 26 anos, Holly tem dores crônicas e síndrome da hipermobilidade.

Ela é uma dentre uma série de mulheres com deficiência que compartilharam suas histórias para questionar os estereótipos negativos e a estigmatização de suas vidas sentimentais.

Para ela, é importante apresentar ao público os relacionamentos felizes das pessoas com deficiência.

Holly começou a namorar James quando era adolescente. Eles estão juntos há nove anos e se casaram em 2024.

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"Muitas vezes, a imprensa mostra as pessoas com deficiência com vidas horríveis, somos apenas uma história triste", segundo ela.

A jovem ressalta que sempre se sentiu apoiada por James, mas estereotipada pelos demais.

"Quando amos a morar juntos, houve quem me dissesse que, se a minha saúde se deteriorasse, ele me deixaria", relembra. "Porque eu seria um fardo, ou porque cuidar de mim seria difícil."

Holly conta que as pessoas criavam suposições a seu respeito na escola e algumas chegavam a lhe fazer diretamente perguntas pessoas e inoportunas.

"Quando a pessoa usa cadeira de rodas, sem dúvida, a primeira é quase sempre se ela pode fazer sexo."

Os meninos de sua classe, ela acrescenta, "perguntavam coisas como 'você só pode fazer sexo na cadeira de rodas");